Ana Carolina Guerra da Redação
O vice-prefeito de Várzea Grande, Tião da Zaeli (PL), detalhou os principais desafios enfrentados pela atual gestão municipal e comentou os impactos da polarização política no cenário nacional. Com foco em resolver questões locais, destacou a necessidade de equilíbrio administrativo e criticou o ambiente político e institucional do país, que, segundo ele, interfere diretamente na vida dos municípios.
Segundo Tião, a administração municipal começou sob forte pressão, com uma equipe ainda em formação e dificuldades operacionais com fornecedores. O cenário foi agravado pela baixa arrecadação e por problemas históricos que exigem medidas estruturais. Com o passar do tempo, afirmou a relação com o Legislativo local, se estabilizou e a prefeita passou a conduzir a gestão com mais calma e entendimento do funcionamento da máquina pública.
O vice-prefeito também rebateu críticas da gestão anterior, especialmente quanto à situação financeira deixada pela administração passada. Segundo ele, os números oficiais, incluindo relatórios do Tribunal de Contas e documentos assinados por ex-secretários, desmentem a versão de que a prefeitura foi entregue em boas condições.
“Na verdade, cada um tem uma narrativa e sempre vão falar a versão dele, mas, os números não medem. Tem relatório do tribunal de contas, os relatórios que os próprios secretários assinaram. Mas esse cabo de guerra não leva a nada, o importante é que estamos lá e temos que assumir os problemas para fazer com que a cidade avance”, comenta.
Outro ponto levantado foi a ausência de emendas parlamentares no atual mandato. O gestor afirmou que o município, apesar de ser o segundo maior colégio eleitoral da região, não vem recebendo o mesmo volume de emendas que a gestão anterior, o que impacta diretamente a capacidade de investimento da prefeitura. A expectativa é de que os deputados federais e estaduais compreendam essa realidade e se aproximem da administração local.
Em relação ao plano nacional, Zaeli criticou medidas econômicas recentes, como o chamado “tarifaço”, alertando para o risco de retração econômica e aumento do desemprego. Além disso, classificou o momento como uma crise diplomática e econômica, que afeta especialmente os trabalhadores mais humildes. Para ele, a retomada da normalidade só será possível com uma mudança de rumo nas próximas eleições.
Apesar das controvérsias envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro, o vice-prefeito se mantém firme no apoio ao líder da direita. “Bolsonaro tem um eleitor consciente. Onde ele estiver, vai continuar sendo o meu presidente”, afirmou.
Ao comentar as divisões internas no PL e a ausência de lideranças em manifestações recentes, o gestor adotou um tom moderado, rejeitando a idéia de uma “limpeza” no partido. Defendeu que cada integrante da legenda deve agir de acordo com sua consciência, ressaltando que o sucesso eleitoral da sigla se deve em grande parte ao apoio de Bolsonaro. Segundo ele, mesmo sem a presença de líderes políticos, a sociedade demonstrou apoio às ideias do ex-presidente.