Uma jovem de 21 anos foi resgatada pela Polícia Militar na noite de sábado (19), após ser mantida em cárcere privado em uma quitinete localizada no bairro Cidade Salmen, em Rondonópolis, a 230 km de Cuiabá. A operação foi deflagrada após a mãe da vítima, que reside na Capital, receber uma ligação desesperada da filha e acionar o Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp).
Segundo o boletim da ocorrência, a jovem relatou à mãe, por telefone, que estava trancada dentro da residência e era impedida de sair por duas pessoas. Ela não soube precisar por quanto tempo estava em privação de liberdade, mas afirmou que os suspeitos vigiavam constantemente a entrada do imóvel e bloqueavam suas tentativas de fuga.
Os policiais, ao chegarem no local indicado, encontraram o portão trancado com cadeado. Foi necessário arrombá-lo. No momento em que os agentes conseguiram acesso, a jovem saiu da quitinete em estado de choque e chorando.
À guarnição, a vítima contou que, além de estar trancada, suspeitava que estivesse sendo dopada. Segundo ela, uma das pessoas que a mantinham no local — uma mulher de 26 anos — preparava sua comida, após a qual sentia sintomas de intoxicação, como taquicardia e fraqueza extrema. A jovem suspeita que estivesse sendo drogada para facilitar o controle sobre ela.
Ainda conforme o relato, os dois suspeitos a mantinham no imóvel com a intenção de utilizá-la como “isca” para atrair clientes a programas sexuais. Um homem de 39 anos e a mulher de 26, ambos presentes no local, foram abordados. Durante checagem no sistema de segurança, os policiais descobriram que havia um mandado de prisão em aberto contra a mulher, expedido pela Justiça do Amazonas, pelo crime de roubo.
Interrogados no local, os suspeitos apresentaram versões contraditórias. O homem alegou que apenas dividia o espaço com as duas mulheres por questões financeiras. Já a mulher afirmou que ambas seriam garotas de programa e que o dinheiro obtido era enviado à sua filha em Manaus.
A vítima negou essas informações e reiterou que era coagida a permanecer no local. Ela não tinha acesso livre à rua e era vigiada constantemente. Disse ainda que foi levada sob promessa de trabalho, mas que acabou sendo impedida de sair quando se deu conta da situação.
Os suspeitos foram conduzidos à 1ª Delegacia de Polícia de Rondonópolis, onde permanecem à disposição da Justiça. A Polícia Civil instaurou inquérito e investiga o caso como cárcere privado qualificado, com indícios de aliciamento para exploração sexual.
A jovem está recebendo assistência psicológica e jurídica, e permanece sob os cuidados da rede de proteção à mulher da cidade.
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🎥: Fonte | araguaianoticia