O Movimento Evangélico Progressista (MEP) manifestou apoio à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, após ela deixar uma sessão da Comissão de Infraestrutura do Senado marcada por embates acalorados com parlamentares, nesta quarta-feira (28). Durante a reunião, um dos senadores declarou que Marina “não merecia respeito como ministra”, o que levou à saída da titular da pasta.
Evangélica e ligada à Assembleia de Deus, Marina foi defendida publicamente pelo MEP, que repudiou o episódio e classificou a atitude de alguns senadores como “misógina, machista, racista e nada republicana”. Em nota, o movimento destacou que a ministra foi alvo de uma “armadilha” e afirmou que o desrespeito dirigido a ela representa também uma ofensa ao povo brasileiro.
“Repudiamos totalmente o comportamento misógino, machista, racista e nada republicano por parte de alguns senadores que armaram, literalmente, uma armadilha para a ministra. O desrespeito que se estampa diretamente contra a ministra também o é contra o povo brasileiro, movido por interesses escusos, visando à exploração da terra e do meio ambiente em geral”, diz o comunicado.
O MEP também abordou a questão sob uma perspectiva teológica, ao afirmar que “o amor ao Criador se reflete no amor à preservação”, em referência à histórica atuação de Marina em defesa das causas ambientais.
O episódio aconteceu durante uma discussão com os senadores Marcos Rogério (PL-RO), Plínio Valério (PSDB-AM) e Omar Aziz (PSD-AM). O momento mais tenso ocorreu quando Plínio Valério declarou querer “separar a mulher da ministra”, afirmando que a mulher merecia respeito, mas a ministra, não. Marina, então, exigiu um pedido de desculpas para permanecer na sessão. Diante da recusa do senador, ela optou por se retirar.
O embate entre Marina e Plínio não é recente. Em março deste ano, o senador já havia sido duramente criticado por dizer, em plenário, que “tinha vontade de enforcar a ministra” — declaração que causou grande repercussão negativa.
Ao deixar a comissão, Marina afirmou ter se sentido desrespeitada, especialmente por ter sido convidada oficialmente a participar da sessão.