O excesso de chuvas no estado tem causado apreensão entre os produtores de soja, comprometendo o avanço da colheita e impactando diretamente a comercialização do grão. Com solos encharcados, as máquinas enfrentam dificuldades para operar, atrasando a retirada da safra e o escoamento da produção.
Diante da instabilidade climática e da desvalorização do grão no mercado, muitos agricultores estão adotando cautela e evitando fechar novos contratos antes de garantirem a colheita. Em Sinop, por exemplo, o produtor Célio Riffel relata que ainda tem 40% da produção para vender e que a oscilação dos preços tem dificultado as negociações. “A demanda está fraca e os preços variam conforme as notícias, o que torna mais difícil encontrar uma média viável”, explica. Para produtores com produtividade abaixo de 70 sacas por hectare, os custos operacionais e arrendamentos podem se tornar um desafio.
A incerteza também atinge Nova Mutum, onde o desânimo cresce com a baixa valorização do grão e a retração do mercado comprador. Sem sinais claros de recuperação nos preços, muitos optam por reter a produção e aguardar melhores condições para comercialização.
Em Sorriso, maior produtor de soja do país, o cenário é ainda mais crítico. O volume comercializado da safra está em um dos patamares mais baixos dos últimos cinco anos, segundo o Sindicato Rural. O alto custo operacional, estimado entre 55 e 57 sacas por hectare, e os juros elevados têm pressionado os produtores, que dependem da rentabilidade da safra para equilibrar as finanças e garantir investimentos futuros.
Dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) apontam que, até março, 54,9% da safra 2024/2025 havia sido comercializada, um avanço em relação ao mês anterior, mas ainda abaixo da média dos últimos cinco anos (62,36%). O mercado segue atento às condições climáticas e à resposta da demanda global, fatores decisivos para o futuro da safra mato-grossense.
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🎥: Fonte | olharalerta