O deputado federal José Medeiros (PL) criticou duramente a minuta de resolução proposta pela Comissão Nacional da Biodiversidade (Conabio), vinculada ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), que prevê a criação de uma lista nacional de espécies exóticas invasoras. O texto inclui cultivos amplamente disseminados e de grande relevância econômica, como eucalipto, pinus, manga, goiaba, jaca e tilápia.
Para Medeiros, a proposta como “uma das mais graves já apresentadas pelo Ministério do Meio Ambiente. “Essa medida é um ‘ovo da serpente’ muito perigoso, que ameaça setores inteiros da produção, inclusive o do eucalipto, essencial para a geração de biomassa e, consequentemente, para a produção de etanol”, afirmou o parlamentar.
O deputado chamou atenção para o impacto da proposta em Mato Grosso, onde há grandes investimentos no setor de eucalipto, especialmente voltados à geração de energia por biomassa.
“Só em Mato Grosso há investimentos na casa de milhões, e há quem planeje aplicar até R$ 1 bilhão no setor. Essa resolução criaria insegurança jurídica e poderia inviabilizar tudo isso. É uma doidice que traria prejuízos enormes ao país”, criticou.
Medeiros afirma ainda que a proposta da ministra Marina Silva representa uma ameaça direta à produção agrícola e à economia nacional.
“Como pode uma ministra trabalhar contra a economia do país e contra a agricultura? Não dá nem para acreditar. Querem proibir jaca, goiaba, tilápia e eucalipto. Isso praticamente tira da mesa do brasileiro boa parte dos alimentos e dos produtos que sustentam a nossa agricultura”, destacou.
Segundo ele, a proposta da Conabio está totalmente desconectada da realidade produtiva do Brasil. “É um absurdo classificar como invasoras espécies que são fundamentais para a produção nacional. A tilápia, por exemplo, é exportada para o mundo inteiro. A goiaba e o eucalipto são bases de cadeias produtivas inteiras”, afirmou.
O deputado disse esperar que o governo desista desta ideia. “Espero que a ministra suspenda essa proposta. Ela causa insegurança jurídica, prejuízo econômico e atinge diretamente o setor produtivo, que é quem mantém o Brasil de pé”, concluiu Medeiros.

