Ana Carolina Guerra da Redação
O influenciador paraibano Hytalo Santos e o marido, Israel Nata Vicente, foram presos nesta sexta-feira (15) em uma casa em Carapicuíba, na Grande São Paulo. Eles são investigados pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) e pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) por suspeita de exploração e exposição de menores de idade em conteúdos produzidos para as redes sociais. O caso ganhou repercussão nacional após o youtuber Felca, que possui mais de 4 milhões de inscritos, denunciar em vídeo a chamada “adultização” de crianças e adolescentes nas publicações de Hytalo. Desde então, o influenciador passou a ser alvo de ações judiciais, mandados de busca e apreensão e medidas restritivas.
As ordens de prisão foram expedidas pelo juiz Antônio Rudimacy Firmino de Sousa, da 2ª Vara da Comarca de Bayeux (PB), e a operação contou com o MPPB, o MPT, a Polícia Civil da Paraíba e de São Paulo, além da Polícia Rodoviária Federal. Na última terça-feira (12), a Justiça determinou o bloqueio do acesso de Hytalo às redes sociais e a desmonetização de seus vídeos, impedindo que o conteúdo gere receita. Também foi proibido qualquer contato com adolescentes citados nos processos, em decisão provisória solicitada pela promotora Ana Maria França.
Na quinta-feira (14), foram apreendidos um computador e celulares na residência do influenciador em João Pessoa. No dia anterior, policiais já haviam tentado cumprir mandado no mesmo endereço, mas o local estava fechado. Segundo o advogado Sean Abib, Hytalo não tinha conhecimento prévio da execução do mandado, por se tratar de medida sigilosa. A defesa nega todas as acusações e afirma que o influenciador “jamais compactuou com qualquer ato atentatório à dignidade de crianças e adolescentes”, reiterando que tudo será provado no decorrer da investigação.
As apurações do MPPB começaram antes da denúncia de Felca. Em Bayeux, a promotora Ana Maria França investiga denúncias de vizinhos sobre festas com bebida alcoólica e adolescentes fazendo topless. Em João Pessoa, o promotor João Arlindo apura suspeita de um esquema para emancipar menores em troca de presentes, como celulares, para inseri-los na produção de conteúdo digital. Já o MPT, por meio do procurador Flávio Gondim, analisou mais de 50 vídeos publicados por Hytalo e colheu mais de 15 depoimentos de pessoas ligadas ao trabalho do influenciador, incluindo ex-colaboradores. O relatório do inquérito conduzido pela promotoria de João Pessoa deve ser concluído na próxima semana.