Nesta sexta-feira (4), o mercado brasileiro de soja apresentou comportamento distinto em relação ao cenário internacional. Apesar da forte queda nos contratos futuros da oleaginosa na Bolsa de Chicago, os preços internos subiram nas principais praças do país, sustentados principalmente pela valorização do dólar frente ao real e pela firmeza dos prêmios de exportação.
De acordo com a consultoria Safras & Mercado, os negócios foram pontuais e o movimento no mercado físico se manteve moderado. Muitas tradings optaram por se manter fora das negociações, avaliando com cautela o cenário de incertezas globais.
As principais praças de comercialização no Brasil registraram elevação nas cotações da soja:
– Passo Fundo (RS): R$ 128,00 → R$ 131,00
– Santa Rosa (RS): R$ 129,00 → R$ 132,00
– Porto de Rio Grande (RS): R$ 133,00 → R$ 135,00
– Cascavel (PR): R$ 124,00 → R$ 128,00
– Porto de Paranaguá (PR): R$ 131,00 → R$ 135,00
– Rondonópolis (MT): R$ 112,00 → R$ 117,00
– Dourados (MS): R$ 117,00 → R$ 120,00
– Rio Verde (GO): R$ 112,00 → R$ 116,00
Apesar do movimento positivo nas praças brasileiras, a referência internacional para a soja teve um dia de forte recuo. Na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), os contratos futuros da soja encerraram a sessão com perdas expressivas. A pressão veio principalmente após o anúncio da China sobre a imposição de tarifas adicionais de 34% sobre todos os produtos importados dos Estados Unidos, intensificando os temores de uma nova escalada na guerra comercial entre os dois países.
Esse ambiente adverso provocou uma aversão generalizada ao risco nos mercados globais, com quedas nas bolsas da Ásia, Europa e Estados Unidos, além da desvalorização do petróleo. Por outro lado, o dólar ganhou força, o que acabou beneficiando momentaneamente a competitividade do produto brasileiro.
No acumulado da semana, os contratos da soja em Chicago registraram queda de 4,5%. O contrato com vencimento em maio caiu 34,50 centavos de dólar (3,41%), fechando a US$ 9,77 por bushel. A posição julho recuou 33,25 centavos (3,23%), encerrando a US$ 9,93 por bushel.
Nos subprodutos, também houve recuos:
– Farelo de soja (maio): -US$ 4,90 (1,7%), a US$ 283,10/tonelada
– Óleo de soja (maio): -1,22 centavo (2,59%), a 45,84 centavos/lb
Potencial para o Brasil
A nova medida tarifária da China pode abrir uma janela de oportunidade para o Brasil ampliar sua presença no mercado asiático. Segundo o analista Fernando Iglesias, da Safras & Mercado, há potencial para que o Brasil se torne a principal origem das importações chinesas de soja e carnes, substituindo os Estados Unidos e consolidando sua posição estratégica no comércio global de alimentos.
Já o analista Rafael Silveira, também da consultoria, avalia que os embarques norte-americanos devem recuar no segundo semestre, com a China buscando alternativas mais competitivas — o que inclui o produto brasileiro.
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🎥: Fonte | olharalerta