O caldo político em Mato Grosso promete ferver ainda mais. Quem jogou mais lenha nessa fogueira foi o deputado estadual Júlio Campos (União Brasil), que soltou o verbo nesta quarta-feira (07), cravando que a debandada de parlamentares da base do governador Mauro Mendes para a oposição deve se intensificar no próximo ano. O motivo? A velha e conhecida dança das cadeiras de olho nas eleições de 2026, quando cada um busca seu palanque e os partidos começam a redesenhar suas estratégias.
A fala de Júlio Campos não vem do nada. Ela surge num momento em que a relação entre o Palácio Paiaguás e alguns deputados da base governista, digamos, não anda das melhores. Segundo o próprio Campos, essa movimentação é até esperada. “De praxe, da metade para frente [do governo], cada partido vai se organizando. Acho que o MDB tem pretensões de ter candidaturas próprias a cargo majoritário no ano que vem e sentindo dificuldades [de ter espaço]… E vai haver mais mudanças. Não é só a Janaína e o MDB que está indo para oposição não. Outros políticos a partir de março irão também. Nós sabemos disso, é natural”, disparou o deputado.
O estopim mais recente dessa tensão toda foi a treta envolvendo a deputada Janaina Riva (MDB) e o governo. Ela veio a público denunciar um suposto boicote às suas emendas parlamentares, o que gerou uma troca de farpas daquelas com o chefe da Casa Civil, Fábio Garcia (União). No fim das contas, o próprio governador Mauro Mendes acabou classificando Janaina como oposição. Nos bastidores, a conversa é outra: dizem que o governo estadual anda cobrando mais fidelidade dos seus aliados, especialmente depois que muitos governistas ficaram quietos enquanto Janaina Riva batia de frente com Fábio Garcia.
Dança das cadeiras: “Normal em véspera de eleição”, diz Campos
Para Júlio Campos, essa história de deputado mudando de lado não é novidade nenhuma; “sempre existiu”, segundo ele. E já tem gente fazendo as malas. Ele citou, por exemplo, a revoada esperada no PSB: quatro deputados federais devem acompanhar o presidente da Assembleia, Max Russi (PSB), rumo ao Podemos.
E não para por aí. O deputado Dilmar Dal’ Bosco está de saída do União Brasil para o PRD, e Beto 2 a 1 também deixa o União, mas para se filiar ao Podemos. “Então, normal, é véspera da eleição, cada um quer cuidar de si para se eleger. Eu vejo como natural, isso faz parte da política mato-grossense e brasileira”, completou Campos, mostrando que encara essas movimentações com certa normalidade. Falando em arranjos, o próprio Júlio Campos já tinha cantado a pedra que a federação entre o PP e o União Brasil seria selada em 29 de abril. Depois disso, a ideia é que os diretórios se juntem para ajeitar a casa, acalmar os ânimos e começar a pensar nas chapas para 2026.
Movimentações de olho nas eleições, atritos com o MDB e a sucessão de Mendes esquentam o cenário político no estado, segundo deputado.
O caldo político em Mato Grosso promete ferver ainda mais. Quem jogou mais lenha nessa fogueira foi o deputado estadual Júlio Campos (União Brasil), que soltou o verbo nesta quarta-feira (07), cravando que a debandada de parlamentares da base do governador Mauro Mendes para a oposição deve se intensificar no próximo ano. O motivo? A velha e conhecida dança das cadeiras de olho nas eleições de 2026, quando cada um busca seu palanque e os partidos começam a redesenhar suas estratégias.
A faísca que acendeu o debate
A fala de Júlio Campos não vem do nada. Ela surge num momento em que a relação entre o Palácio Paiaguás e alguns deputados da base governista, digamos, não anda das melhores. Segundo o próprio Campos, essa movimentação é até esperada. “De praxe, da metade para frente [do governo], cada partido vai se organizando. Acho que o MDB tem pretensões de ter candidaturas próprias a cargo majoritário no ano que vem e sentindo dificuldades [de ter espaço]… E vai haver mais mudanças. Não é só a Janaína e o MDB que está indo para oposição não. Outros políticos a partir de março irão também. Nós sabemos disso, é natural”, disparou o deputado.
O estopim mais recente dessa tensão toda foi a treta envolvendo a deputada Janaina Riva (MDB) e o governo. Ela veio a público denunciar um suposto boicote às suas emendas parlamentares, o que gerou uma troca de farpas daquelas com o chefe da Casa Civil, Fábio Garcia (União). No fim das contas, o próprio governador Mauro Mendes acabou classificando Janaina como oposição. Nos bastidores, a conversa é outra: dizem que o governo estadual anda cobrando mais fidelidade dos seus aliados, especialmente depois que muitos governistas ficaram quietos enquanto Janaina Riva batia de frente com Fábio Garcia.
Dança das cadeiras: “Normal em véspera de eleição”, diz Campos
Para Júlio Campos, essa história de deputado mudando de lado não é novidade nenhuma; “sempre existiu”, segundo ele. E já tem gente fazendo as malas. Ele citou, por exemplo, a revoada esperada no PSB: quatro deputados federais devem acompanhar o presidente da Assembleia, Max Russi (PSB), rumo ao Podemos.
E não para por aí. O deputado Dilmar Dal’ Bosco está de saída do União Brasil para o PRD, e Beto 2 a 1 também deixa o União, mas para se filiar ao Podemos. “Então, normal, é véspera da eleição, cada um quer cuidar de si para se eleger. Eu vejo como natural, isso faz parte da política mato-grossense e brasileira”, completou Campos, mostrando que encara essas movimentações com certa normalidade. Falando em arranjos, o próprio Júlio Campos já tinha cantado a pedra que a federação entre o PP e o União Brasil seria selada em 29 de abril. Depois disso, a ideia é que os diretórios se juntem para ajeitar a casa, acalmar os ânimos e começar a pensar nas chapas para 2026.
Fogo amigo no União Brasil?
Mas nem dentro do União Brasil o clima é de paz e amor. A coisa azedou depois que o governador Mauro Mendes declarou apoio ao vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos) para ser seu sucessor em 2026. Essa decisão, claro, não desceu bem para o grupo político dos irmãos Campos.
Lá em abril, Júlio Campos não mediu palavras e disse que esse apoio de Mendes a Pivetta era “totalmente irregular” e “contraditório”. E mandou o recado: “Cabe agora ao diretório regional convocar uma reunião e dialogar com o governador para saber se ele pretende permanecer na sigla, porque o União Brasil terá candidato próprio ao Governo do Estado”. Quase um ultimato: “Ou apoia o candidato do União Brasil – que terá candidatura própria ao Palácio Paiaguás – ou deixa o partido para apoiar o candidato dele, o vice-governador Otaviano Pivetta”. Direto e reto.
Encontro com Fávaro e a calma de Mendes
Para botar mais tempero nesse angu, Júlio e seu irmão, o senador Jayme Campos, foram vistos num bate-papo com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD), no último sábado (3). A conversa, claro, logo virou prato cheio para especulações sobre os próximos passos no xadrez político. Questionado sobre o encontro, o governador Mauro Mendes deu de ombros.
“É natural que os agentes políticos dialoguem e conversem. E é natural que, quando uma conversa é pública, isso gera algum nível de especulação”, disse Mendes, tentando mostrar tranquilidade. “Mas, eu vejo com muita tranquilidade qualquer movimento feito por qualquer ator político, porque isso faz parte da democracia e isso não causa nenhuma preocupação”. Apesar da aparente calma do governador, a presença dos Campos no evento de Fávaro só fez crescer os rumores sobre novos arranjos, principalmente porque eles já tinham deixado claro o descontentamento com o apoio de Mendes a Pivetta.
2026 na mira: “Não vamos ser tratorados”, avisa Júlio Campos
Quando o assunto é 2026, Júlio Campos tem dito que a discussão pra valer só começa em março do ano que vem, com a abertura da janela partidária. “Vamos começar a discutir esse processo apenas em março, pois houve uma fusão prévia, e é nesse mês que se abrirá a janela partidária”, explicou.
E ele faz questão de mostrar que seu grupo político – que inclui ele, Jayme Campos, Eduardo Botelho, Dilmar Dal Bosco, Coronel Assis, além de uns 30 prefeitos e cerca de 180 vereadores – não está pra brincadeira. O recado é claro: “não aceitará ser tratorado por ninguém, seja Mauro Mendes, Pivetta, Fábio Garcia ou qualquer outro”. O deputado até admitiu que pode pular fora do União Brasil se não pintar espaço para seu grupo disputar uma vaga majoritária em 2026. “Posso [deixar], por que não? Eu sou fundador do PDS, PFL, Democrata e agora União Brasil. Mas também, se não tiver espaço para mim e meu grupo político termos uma majoritária em 2026 só tem um caminho para nós”, confessou.
Emendas parlamentares: Mais um ponto de atrito
E como se não bastasse, tem a questão das emendas parlamentares botando mais pressão na panela. Recentemente, o ex-presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho (União), sugeriu criar um calendário obrigatório para o pagamento dessas emendas. A ideia é garantir que pelo menos metade da grana seja liberada até o fim do primeiro semestre de cada ano.
Júlio Campos até gostou da proposta, mas deu o alerta: o governo precisa ver se tem dinheiro em caixa antes de prometer qualquer coisa. Para ele, o segredo é sentar e conversar, Assembleia e Casa Civil, para fechar um cronograma que funcione de verdade. Essa discussão toda sobre as emendas ganhou força depois que a deputada Janaina Riva botou a boca no trombone, cobrando o pagamento e acusando o secretário-chefe da Casa Civil, Fábio Garcia, de segurar a liberação.
Pelo visto, os próximos meses vão ser de muita articulação e, quem sabe, algumas surpresas no cenário político de Mato Grosso. As falas de Júlio Campos são só um sinal de que o jogo para 2026 já começou, e com muita intensidade.