A mulher de 35 anos, acusada de abandonar a própria filha recém-nascida em uma sacola de plástico dentro de uma lixeira no Bairro CPA 4, foi localizada e presa neste sábado (12), no Bairro Doutor Fábio, região periférica da capital mato-grossense. A prisão ocorreu após o suposto pai da criança revelar seu paradeiro à Polícia Militar.
A denúncia não partiu diretamente dele, mas de sua atual companheira, que, ao ver a repercussão do caso nos noticiários, relacionou os fatos com informações pessoais e confrontou o homem. Ele, então, decidiu cooperar com as autoridades, informando o endereço da mulher. A suspeita foi localizada em uma quitinete e detida sem resistência.
REJEIÇÃO PÓS-PARTO E DESCASO PATERNO
Segundo relatado à polícia, a mulher havia recebido alta hospitalar na terça-feira (7) e procurou o pai da recém-nascida em busca de ajuda, o que teria sido negado. Sozinha, com outros filhos sob sua responsabilidade e sem suporte financeiro ou emocional, afirmou não ver alternativa para cuidar da criança. O desfecho trágico foi o abandono.
O bebê foi encontrado por moradores do CPA 4 que ouviram o choro vindo de uma lixeira. Ao chegar no local, os policiais localizaram a criança ainda com o cordão umbilical e vestígios de placenta, indicando que o parto havia sido recente. A recém-nascida estava vestida, mas completamente vulnerável.
A CRIANÇA SOB CUIDADOS DO ESTADO
Após o resgate, a menina foi imediatamente encaminhada a uma unidade de saúde. Segundo informações da PM, seu estado de saúde é estável. Ela deverá passar por exames no Instituto Médico Legal (IML) e, posteriormente, será acolhida pelo Conselho Tutelar, conforme prevê o protocolo de atendimento a recém-nascidos em situação de abandono.
A LEI EXISTE, MAS NÃO FOI USADA
O caso expõe um grave desconhecimento – ou desconsideração – de uma alternativa legal e segura: a entrega voluntária para adoção. O Tribunal de Justiça de Mato Grosso mantém ativo um programa que permite às gestantes ou mães, antes ou logo após o nascimento, entregarem seus filhos para adoção legal, sem responsabilização criminal, com sigilo garantido e acompanhamento psicossocial. O procedimento é amparado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e busca evitar tragédias como a ocorrida.
A mulher permanece detida e o caso será investigado pela Delegacia Especializada de Defesa da Criança e do Adolescente (Deddica). A tipificação penal pode incluir tentativa de homicídio ou abandono de incapaz, dependendo das conclusões do inquérito.
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🎥: Fonte | g1