A primeira-dama de Mato Grosso, Virginia Mendes, cobrou do Governo Federal e do Congresso Nacional a aprovação de leis mais duras contra a violência contra a mulher após o feminicídio de Jaciara Grampola Gonçalves da Silva, de 24 anos, assassinada no último domingo (17) a tiros pelo ex-marido em Sorriso.
A jovem foi morta pelo ex-companheiro, José Alves dos Santos, em um pesqueiro, crime registrado por câmeras de segurança.
Segundo relatos, o suspeito estava no local junto de amigos quando ligou para Jaciara dizendo que precisava entregar-lhe algo. Ela recusou o contato, mas ele se aproximou do carro, pegou uma caixa e efetuou vários disparos, atingindo a vítima na cabeça, boca e peito. Uma equipe médica foi acionada, mas apenas constatou o óbito. Após o crime, José fugiu e ainda não foi localizado.
O feminicídio causou comoção no estado e deixou claro que a violência contra a mulher continua sendo um problema grave. Virginia Mendes destacou que os dados comprovam a necessidade de mudanças na lei.
“Segundo dados da Patrulha Maria da Penha, em 2022 foram registrados 74 descumprimentos de medidas protetivas. Em 2025, esse número saltou para 346. Ou seja, se estão descumprindo uma medida, significa que não têm medo de serem punidos. Outro dado alarmante são as reincidências: em 2022 eram 78, e agora em 2025 já são 201. Isso mostra claramente que os agressores perderam completamente o medo da Justiça”, destacou a primeira-dama.
Virginia Mendes também fez um apelo direto ao Governo Federal e ao Congresso Nacional para que atualizem o Código Penal, em vigor desde 1940.
“Precisamos de leis mais duras para quem comete crimes. Com normas brandas, os criminosos não têm medo e o ciclo doentio da violência continua. O nosso Código Penal tem mais de 80 anos e não reflete a realidade atual. É preciso agir com urgência. Defendo, inclusive, que o Congresso avalie a aplicação de prisão perpétua ou até mesmo pena de morte para quem cometer crimes contra mulheres. Só assim vamos dar um basta nessa impunidade e proteger verdadeiramente nossas famílias”, afirmou.