O delegado Marlon Luz, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), disse em entrevista que Carlinhos Bezerra, ao descumprir medidas cautelares impostas pela Justiça, demonstrou desrespeito ao estado democrático de direito e à lei. O empresário foi preso novamente na última quarta-feira (28), em sua casa, no bairro Santa Rosa, em Cuiabá, depois de ser flagrado por pelo menos nove vezes em saídas não autorizadas da prisão domiciliar.
“Ele tinha que ficar em prisão domiciliar, o que não aconteceu. Esse comportamento denota transgressão da lei, da ordem judicial, denota sensação de impunidade. Então, em razão disso, o Judiciário acabou revendo a decisão e decretou uma nova prisão preventiva”, disse Marlon.
Carlinhos estava sob a medida cautelar domiciliar pela acusação de assassinar a tiros a ex-namorada, Thays Machado, e o então companheiro dela, William Moreno, em janeiro de 2023, na Capital.
O delegado explicou que assim que tomou conhecimento do mandado, minutos após ser expedido, partiu junto de uma equipe de investigadores para prender o suspeito. Contou que a mãe dele ficou um pouco assustada com a ação policial no momento do cumprimento.
“A prisão foi realizada de forma tranquila. Ele não reagiu, franqueou a entrada da equipe e não precisou o uso de algemas. A mãe dele até se assustou no momento em que a gente chegou, mas logo mostramos a autorização e não precisou de nada forçado. Tudo correu bem”, disparou.
SEGUE PRESO
A juíza Ana Graziela Vaz Correa, da 1ª Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Cuiabá, manteve a prisão de Carlinhos Bezerra durante audiência de custódia, na última quarta-feira. O suspeito está custodeado no presídio Ahmenon Lemos Dantas, em Várzea Grande.
O advogado Francisco Faiad, que faz sua defesa, já havia adiantado que entraria com recurso para pedir nova prisão domiciliar, em razão de um problema de saúde do acusado. Além disso, a defesa negou que tenha tido as supostas “saidinhas” apontadas na decisão.
“Não existe [ida] mercado, não existe!”, declarou o advogado. Faiad ainda disse que “não tem fundamento” a prisão de Carlinhos e garantiu o recurso, ingressando com um habeas corpus.
REVOGAÇÃO DE PRISÃO
Na decisão da juíza Ana Graziela Vaz de Campos Alves Correa, que revogou a prisão domiciliar, foi levado em consideração que o réu foi avistado “passeando” em nove locais não autorizados, inclusive visto circulando em Rondonópolis (214 km de Cuiabá) com seguranças.
Além disso, a juíza considerou que, diante das medidas cautelares “mais amenas, ficou claro que não surtiu efeito, se fazendo necessária a reprimenda do Estado, a fim de evitar cometimento de delito mais grave e maiores prejuízos”.