Ana Carolina Guerra
A Justiça Eleitoral determinou o encerramento da fase de instrução da Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) que apura suposto abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação pela prefeita de Várzea Grande, Flávia Moretti (PL), e pelo vice-prefeito Tião da Zaeli (PL). O processo, que tramita sob segredo de Justiça, entra agora na etapa final antes do julgamento.
De acordo com despacho do juiz José Mauro Nagib Jorge, da 20ª Zona Eleitoral, publicado no Diário da Justiça Eletrônico (DJE), com a juntada dos documentos solicitados pela defesa, o magistrado determinou que as partes apresentem suas alegações finais, na forma de memoriais, no prazo de dois dias. Após isso, o Ministério Público Eleitoral (MPE) terá o mesmo prazo para emitir seu parecer.
A ação foi ajuizada pelos diretórios municipais do MDB e do União Brasil de Várzea Grande. As siglas alegam que a prefeita e o vice teriam se beneficiado de impulsionamento irregular de propaganda negativa, disseminação de desinformação e omissão de despesas eleitorais durante a campanha de 2024.
Entre os pontos levantados pelos autores está a suposta participação do marqueteiro digital Ulysses Moraes, que teria coordenado parte da estratégia de comunicação de Flávia Moretti, mas não foi registrado como doador ou prestador de serviço nas prestações de contas apresentadas à Justiça Eleitoral.
Os partidos pedem, ao final da ação, a cassação dos diplomas de Flávia Moretti e Tião da Zaeli, a declaração de inelegibilidade dos investigados — incluindo também Edvaldo Carvalho — e a aplicação de multa.
Com o fim da fase de instrução, o processo se aproxima de uma decisão definitiva, que poderá confirmar ou afastar as acusações. Caso a Justiça reconheça o abuso de poder ou irregularidades graves, a prefeita e o vice podem perder o mandato e ficar inelegíveis por até oito anos.

