Canarana amanheceu coberta por uma espessa nuvem de fumaça, que persiste ao longo do dia, tornando o cenário preocupante. Vídeos enviados por moradores locais mostram a densidade dessa fumaça, e mesmo com a tecnologia dos celulares suavizando as imagens, a visibilidade é muito mais limitada do que aparenta nos registros. A baixa visibilidade tem dificultado atividades ao ar livre e causado transtornos na rotina da cidade.
O que chama a atenção neste ano é o tempo prolongado de permanência da fumaça. Em anos anteriores, os moradores enfrentavam períodos de fumaça durante a temporada de queimadas, mas raramente com essa intensidade e por tantas horas seguidas em um único dia. Além disso, o cheiro da fumaça está particularmente forte e incômodo neste ano, causando desconforto generalizado.
As queimadas são um problema recorrente em muitas regiões do Brasil, especialmente no estado do Mato Grosso, onde Canarana está localizada. Essa época do ano é marcada pelo aumento das queimadas ilegais, geralmente provocadas para abrir espaço para pastagens ou plantações, agravando o impacto ambiental. A seca prolongada, combinada com ventos fortes, facilita a propagação do fogo e intensifica a emissão de fumaça.
A fumaça proveniente das queimadas traz sérios riscos à saúde humana. Entre os principais poluentes liberados estão o material particulado fino (PM2.5), monóxido de carbono (CO), dióxido de nitrogênio (NO2), e compostos orgânicos voláteis. A exposição prolongada a esses poluentes pode provocar ou agravar problemas respiratórios, como asma, bronquite e doenças pulmonares crônicas. Além disso, pessoas com problemas cardíacos, idosos, crianças e gestantes estão entre os mais vulneráveis aos efeitos da poluição do ar.
A inalação constante de fumaça pode causar irritação nos olhos, nariz e garganta, tosse persistente e dificuldade para respirar. Em casos mais graves, pode levar a hospitalizações por complicações respiratórias. O aumento das queimadas e o prolongamento dos períodos de exposição à fumaça em Canarana este ano são um alerta para os riscos à saúde da população local, que se vê cada vez mais exposta a condições perigosas.