Ari Miranda
Única News
Um homem, que não teve o nome e a idade divulgados, foi preso pela Polícia Militar na última terça-feira (5), pelo crime de estupro de vulnerável, após ser flagrado em uma filmagem feita pelo celular de sua esposa, violentando a enteada, de apenas 9 anos, em Sinop (500 Km ao norte de Cuiabá). Outra filha dela, uma adolescente de 12 anos, também foi violentada pelo padrasto.
Segundo a equipe da Delegacia de Polícia Civil de Sinop, o caso foi denunciado pela mãe das meninas, que procurou a unidade para registrar um boletim de ocorrência contra o criminoso. Ela entregou um vídeo, onde o esposo foi flagrado violentando a garota de 9 anos.
Conforme o boletim policial, a mulher relatou que há aproximadamente 15 dias, durante uma conversa com sua filha mais velha, a adolescente revelou que estava sendo abusada sexualmente pelo homem, com quem a mãe já convivia há quase 10 anos.
Após a descoberta, a mulher tomou a decisão de filmar a ação do esposo, por dúvida da palavra da filha. Para isso, escondeu seu aparelho celular em um canto escondido da casa da família, deixou gravando e foi para a igreja.
Ao retornar, a mulher pegou o aparelho para saber se o flagrante havia sido registrado. Porém, ao assistir as imagens, para sua surpresa e choque, descobriu que o homem também estava abusando de sua outra filha, de apenas 9 anos.
Desesperada, ela procurou a delegacia de Sinop e denunciou o abusador, que foi preso em flagrante.
CRIME ACONTECIA HÁ QUASE 1 ANO
Segundo a investigações da Polícia Civil, esta não teria sido a primeira vez que o suspeito foi denunciado pelas enteadas, destacando que os abusos contra a menina de 12 anos aconteciam há quase 1 ano, quando a família ainda residia em Primavera do Leste, 242 quilômetros ao sul de Cuiabá.
No ano passado, a adolescente também contou à mãe que estava sendo abusada sexualmente pelo padrasto. Porém, a mulher não acreditou na filha e, posteriormente, a jovem negou o crime, por ter sido ameaçada pelo padrasto, que disse que, se ela contasse sobre os abusos, seria internada em um orfanato.
“Perplexa com aquilo e desesperada com a situação, [a mãe] achou que não bastava a palavra da criança para que trouxesse essa informação até a delegacia”, explicou a delegada de Polícia Civil, Renata Evangelista.
A delegada ressaltou que, em casos de estupro de vulnerável , a palavra da vítima tem especial relevância, enfatizando que uma criança dá sinais de que foi abusada sexualmente.
“Neste tipo de crime, um abusador não pratica o crime na frente de todos, [porque] ele está na surdina, quando todos saem de casa. Então a palavra da vítima é a que vai contar, porque não tem outra testemunha”, destacou.
“Crianças com pouca idade não tendem a inventar histórias de cunho sexual. A palavra da vítima tem especial relevância nesse tipo de caso e não há necessidade de gravação para que o suspeito seja preso. Isso porque esse tipo de crime, na maioria das vezes, é praticado às escondidas, sem testemunhas”, pontuou.